quinta-feira, 9 de julho de 2009

Crônica - Ayrton Senna

"O CORREDOR DAS ALTURAS" ou "NAS ALTURAS"


Voava baixo, com o turbo totalmente aberto.
Numa curva de alta velocidade deixou deslizar seu belíssimo carro, como se fosse um esqui, sobre uma pista de neve.
Vislumbrou, num segundo, o caminho que levava ao autódromo celestial.
Já estava sendo aplaudido de pé, por tantos que lá já habitavam.
Ergueu o braço, com o punho balançando ao vento, como sempre o fazia ao cruzar a linha de chegada, sob os aplausos de todos.
Parou, para apanhar a bandeira "verde e amarela" que tanto amava, empunhou com orgulho, levantou-a bem alto para que todos vissem o quando amava este País.
Abriu um belo sorriso e deixou-se embalar pela emoção.
Sentiu-se leve.
Sentiu como se estivesse no céu.
De relance, percebeu o quanto havia mudado.
Parecia não entender muito o que se passava, no entanto, novamente a vitória o conquistava, elevava seu ser e, isso é o que importava.
Não sentiu tristezas, somente alegrias.
Estava novamente no pódium.
Era outra vez o primeiro, o melhor de todos.
Era a alegria de todo o Universo.
Chorava e sorria.
Estava novamente feliz.
Compreendeu, finalmente, que de agora em diante não seria mais a cobaia das pistas,
pois a certeza do infinito lhe aparecia com clareza.
Acenava à todos.
Tomou consciência de quanto era amado, idolatrado.
Por isso, chorava e sorria.
Na "travessia das vidas", saiu-se como o melhor, como um tri-campeão.
Vai correr agora para nossos entes queridos que não se encontram mais entre nós,
para que também possam vibrar com o nosso herói.
Para nós, a bela lembrança dos tempos que amaste a tua Pátria, com todas as tuas forças e todo o teu coração.
Segue teu caminho e não te preocupes, pois jamais irás derrapar nas lágrimas de teus fãs.
Obrigado por tudo que nos deste.
És agora um sol, pois possues teu brilho próprio, conquistado com tanta bravura e galhardia.
És o "Grande Brasileiro" que conseguiu unir todos os irmãos.
Obrigado e até breve.

Júlio Cesar

homenagem ao último brasileiro verdadeiro, que nos alegrava e nos fazia chorar de emoção nas manhãs de domingo.

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